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ESG, “pero no mucho”​.

Para conversar com você hoje, fui buscar inspiração num artigo que escrevi há algum tempo, antes de lançar o No Radar do Saade.

Sempre defendi o livre mercado e a iniciativa dos empreendedores, que geram emprego, riqueza e solucionam problemas. Também sempre apoiei projetos sociais que fomentassem o protagonismo dos participantes na solução de problemas sociais.

A FORÇA DA SOCIEDADE CIVIL

Acredito fortemente que a sociedade civil tem mais força e agilidade que o poder público no direcionamento e implementação das soluções tão necessárias na busca de igualdade, de equidade.

E desde que assumi a Superintendência Executiva do ESPRO – uma instituição filantrópica e sem fins lucrativos, que atende a três políticas públicas de forma multifacetada – vim calibrando a minha visão sobre o segmento, sua gestão e sustentabilidade financeira e buscando uma forma de usar minha visão do ambiente e dos interlocutores para melhorar o nosso resultado e engajar mais as empresas nesta causa tão nobre e urgentemente necessária.

Logo, foi natural, mas revelador, tratar cada iniciativa social como um produto, que resolve uma dor de uma determinada parcela da sociedade e que algumas empresas teriam interesse em patrocinar esta transformação.

Me achei um gênio por um breve intervalo de tempo, até conversar com outros gestores do terceiro setor e receber o tiro de misericórdia do Michael Porter, em seu TED de 2013! Nele, o professor traz uma reflexão sobre tratar causas sociais como produtos que resolvem problemas, dores, das pessoas e das empresas, tornando-se assim economicamente interessantes para patrocinadores e doadores.

Se o apoio financeiro a determinada causa social produz alguma contrapartida da qual a empresa possa se apropriar, ela passa a considerar isso como uma opção sólida de investimento.

Pena que a premissa é mais teórica que prática. Na vida real, a grande maioria das empresas que defendem ou possuem políticas internas ESG ainda medem o investimento pela saída do recurso e não pelo seu impacto social. Triste, mas verdadeiro.

Não adianta gastar mais no anúncio de divulgação do que no próprio projeto social. Não faz sentido cumprir a cota da política pública da inserção do jovem no mundo do trabalho e não dar condições para que ele se desenvolva. Ou ainda, não perceber que ele tem um grande potencial, mas chega na empresa com alguns gaps pela deficiência do ensino e suas limitadas condições de acesso.

Não tome minha fala como desanimada ou derrotada. O que quero é provocar em você o mesmo desconforto e indignação que sinto todos os dias, da cadeira onde sento no Espro, ao me deparar com situações como essas.

Mas temos boas iniciativas. E empresas comprometidas. Muitas. Inclusive já escrevi sobre isso em outro Radar, quando abordei de forma mais objetiva a questão ambiental e as iniciativas de impacto pelo mundo. Confira aqui.

PACTO GLOBAL DA ONU

Fechando o cenário, a seção brasileira do Pacto Global da ONU, lançou há dois mese, na B3 uma iniciativa para avanços mais concretos no país no que diz respeito a sustentabilidade. O programa, chamado de “Ambição 2030”, provoca as companhias brasileiras, listadas em bolsa ou não, a abraçarem e implementarem ações ligadas aos ODS, da ONU.

O programa busca impactar sete diferentes pilares: equidade de gênero, de raça, dignidade salarial, saúde mental, acesso à água, e medidas de transparência e anticorrupção. Também criarão um fórum especial composto por diretores financeiros de empresas, colocando no centro do controle financeiro das empresas a discussão ESG.

E você e sua empresa? Vão ficar só olhando?

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Nele falo sobre fundamentos, dicas, cicatrizes, sacadas e gafes de empreendedores. Um minuto por dia, com aspiração de ser a dose recorrente de provocação, inspiração e aprendizado.

No episódio de hoje trago uma provocação sobre como, e se é possível, proteger uma ideia antes dela virar um negócio.

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#TenhaCicatrizes

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Nesta edição do Radar…

… falei sobre: #sustentabilidade #varejo #consumo #terceirosetor #comportamento #PME #falasaade

No Radar do Saade é uma newsletter de periodicidade incerta, onde compartilho fundamentos, dicas, cicatrizes, sacadas e gafes de empreendedores, com a aspiração de ser a dose recorrente de inspiração e aprendizado, para quem deseja começar algo novo, dar mais um passo no trabalho, nos negócios, ou na vida. Afinal, “sempre existe alguém começando algo novo.”

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Sou um visionário! Pena que 10 anos atrasado. Pelo menos.

Sempre defendi o livre mercado e a iniciativa dos empreendedores, que geram emprego, riqueza e solucionam problemas. Também sempre apoiei projetos sociais que fomentassem o protagonismo dos participantes na solução de problemas sociais.

Acredito fortemente que a sociedade civil tem mais força e agilidade que o poder público no direcionamento e implementação das soluções tão necessárias na busca de igualdade, de equidade.

Os próprios Compulsivos são, de certa forma, baseados nesta crença. É uma iniciativa social com fins lucrativos. Busca recursos no formato de patrocínio de grandes empresas que tenham a necessidade de se comunicar com ou se aproximar de determinado segmento de empresários PME. Com os recursos recebidos, impactamos a região com nossa metodologia de modelagem e aceleração de negócios reais, ajudando de fato aos empreendedores com a sua evolução e, deforma transparente e ética, estreitamos a relação entre o patrocinador e seu mercado. Fazemos isso há dez anos.

Entretanto, desde que assumi a Superintendência Executiva do ESPRO – uma instituição filantrópica e sem fins lucrativos, que atende a três políticas públicas de forma multifacetada – vim calibrando a minha visão sobre o segmento, sua gestão e sustentabilidade financeira e buscando uma forma de usar minha visão do ambiente e dos interlocutores para melhorar o nosso resultado e engajar mais as empresas nesta causa tão nobre e urgentemente necessária.

Logo, foi natural, mas revelador, tratar cada iniciativa social como um produto, que resolve uma dor de uma determinada parcela da sociedade e que algumas empresas teriam interesse em patrocinar esta transformação.

Me achei um gênio por um breve intervalo de tempo, até conversar com outros gestores do terceiro setor e receber o tiro de misericórdia do Michael Porter, em seu TED de 2013! Nele, o professor traz uma reflexão sobre tratar causas sociais como produtos que resolvem problemas, dores, das pessoas e das empresas, tornando-se assim economicamente interessantes para patrocinadores e doadores.

Se o apoio financeiro a determinada causa social produz alguma contrapartida da qual a empresa possa se apropriar, ela passa a considerar isso como uma opção sólida de investimento.

Claro que, mais cedo ou mais tarde, todos os gestores do terceiro setor, que tiveram alguma experiência prévia no mercado percebem claramente o tinham pela frente.

Mais ainda durante a pandemia, que ampliou o abismo das desigualdades. Mais ainda no meio do processo de implementação de uma profunda transformação tecnológica, cultural, estrutural dentro do Espro!

O desafio e sua beleza se encontram em criar o match entre o desafio na sociedade a ser vencido, a solução da nossa entidade que resolve este problema e a empresa que deseja atrelar esta causa à sua marca. Simples e desafiador assim.

E agora então, com o fortalecimento das iniciativas e políticas de ESG, aumenta ainda mais esta oportunidade.

Muito prazer, sou Alessandro Saade, Superintendente Executivo do Espro. Vamos conversar?