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É sempre uma interação com o ambiente…

… cabe a cada gestor fazer a leitura e ter a coragem de tomar a decisão.

O Radar do Saade está de volta, depois de uma parada forçada para cuidar da saúde e recarregar as baterias. Boralá!

Sou um otimista inveterado. Confesso que às vezes isso incomoda as pessoas. Mas me policio para não passar dos limites rs

Neste retorno, gostaria de falar sobre análise de cenário, coragem para mudar e senso de oportunidade.

Vamos falar sobre diferentes estratégias e modelos de negócio e peguei o mercado de livros para servir de pano de fundo. Mas poderia ser qualquer outro.

Na mesma semana em que a livraria norte-americana Barnes & Nobles anuncia a abertura de mais uma loja nos Estados Unidos, a Justiça de São Paulo decreta a falência da Livraria Saraiva.

Na mesma reflexão podemos incluir a brasileira Livraria Cultura; a norte-americana Amazon, que, lembre, começou como livraria online; a francesa Librairie des Puf (Presses Universitaires de France) e a cafeteria Por um Punhado de Dólares, em São Paulo, que abriga uma livraria.

Diferentes estratégias, diferentes modelos de negócios, diferentes públicos, diferentes resultados, um mesmo objetivo: conquistar o consumidor e perpetuar o negócio.

Assim como a Saraiva, a Cultura fechou as suas portas por dificuldades agravadas na pandemia, para manter o modelo de negócio de megalojas e espaço de conveniência e consumo, com cafeterias, espaços de leitura e auditórios dentro de suas instalações. Coincidentemente o mesmo modelo da Barnes & Nobles, que recuperou o crescimento após sete anos seguidos de prejuízo.

Com o novo CEO, James Daunt – vindo de um vitorioso processo de virada na rede de livrarias britânica Waterstones – a livraria norte-americana entrou nos trilhos. Na sua visão, as lojas devem ter muita autonomia, para criar uma conexão com a comunidade onde está instalada. Livros, eventos, espaços. Inclusive abrindo mão de incentivos recebidos das editoras para a promoção de determinados títulos. E assim redesenhou a estratégia, com mais autonomia e poder nas pontas.

A Librarie des Puf não tem estoque e imprime o exemplar na hora, super rápido, enquanto o cliente saboreia um café ou passa os olhos em outros exemplares do “mostuário”. Já o Por Um Punhado de Dólares, aproveitou a conexão com seu público e estendeu seu portfolio, gerando uma forte conexão. Em menos escala, é exatamente a estratégia da Barnes & Nobles.

Se trocarmos as livrarias por padarias, oficinas mecânicas, farmácias, a leitura seria a mesma: o desafio da gestão do negócio consiste na análise de cenário, coragem para mudar e senso de oportunidade.

Independente do segmento, o ambiente sempre muda. É importante ficar atento à determinadas variáveis, determinados indicadores, que sinalizam o início da mudança do ambiente, e alimenta a análise da necessidade de mudança.

Com a necessidade de mudança validada, é necessário mudar a estratégia para alinhar o negócio ao novo cenário. Mas será que o empreendedor tem a coragem para mudar?

Mais ainda, as mudanças no mercado podem trazer oportunidades junto com as ameaças. É importante, ao ler o cenário, perceber as oportunidades que surgem, seja para pivotar uma operação, lançar ou descontinuar um produto ou serviço, investir no momento de incerteza para estar pronto quando a ameaça passar.

Seu modelo mental segue desta forma? Acredita que é importante ter atitude empreendedora? Entende que o erro é parte do acerto?

Para ilustrar, compartilho um episódio do Podcast dos Compulsivos, onde, junto com o Luiz Felipe Pateo, entrevistamos o Marcello Lage, fundador do Formaggio Mineiro, eleito o melhor pão de queijo gourmet do país. Definitivamente, não foi uma linha reta.

Também recomendo a leitura da edição de fevereiro do Radar do Saade, falando de empresas que cresceram e produtos que nasceram da adiversidade.

De novo, análise de cenário, coragem para mudar e senso de oportunidade.

Um não funciona sem o outro. E nunca será uma decisão fácil. Mesmo perdendo o jogo, o ser humano não lida muito bem com mudanças.

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Não importa o cenário: Você sempre terá que decidir!

Já reparou como as coisas estão mudando e saindo do padrão, do esperado?

Estamos em pleno verão com frio, chuvas e muita confusão climática.

Imagine o empreendedor que tem sua barraquinha na praia, e que tem 4 meses no ano para garantir o faturamento do ano todo? Já perdeu parte de dezembro e de janeiro. Já deve estar buscando novas formas para gerar receitas que compensem as perdas. Some-se a isso ambientes econômico e político incertos, doméstico e internacional, e terá a tempestade perfeita! Ainda assim, tem que pensar, decidir e agir rápido.

Peguei um exemplo de um negócio mais simples, menos complexo. Mas para o verão temos ainda hotéis, pousadas, companhias aéreas, empresas de turismo e todo o ecossistema que tanto sofreu na pandemia, podem contar com a ajuda do clima para recuperar seus espaços e ainda assim precisam decidir o que oferecer aos seus clientes, quanto cobrar e como se diferenciar da concorrência. Sem a certeza de que eles virão. Esta certeza só Kevin Costner, no filme Campo dos Sonhos, tem.

Olhando para frente, o próximo grande evento nacional é o Carnaval, que traz com ele picos de vendas de equipamentos e instrumentos musicais, viagens e ocupação em hotéis e pousadas, comida, bebida, fantasias. Novas bandas se equipando, empresas de locação atualizando o equipamento, bandas se preparando para pegar a estrada. E os blocos? E os amigos que decidiram fazer um som no carnaval em casa, para beber sem preocupação? É um universo sem tamanho! Bora retomar o pós pandemia! 

Mas será que as lojas se planejaram? Pico de consumo de alimentos e bebidas, venda de instrumentos de percussão, pacotes turísticos, etc.. Ainda dá tempo de pedir e receber os instrumentos musicais? Consigo fechar os pacotes com pousadas e casas de eventos? Será que as pessoas sairão às ruas para celebrar o carnaval? Ou estaremos com uma insegurança criada pelo ambiente político?

Minha provocação neste Radar é sobre correr riscos, fato comum e frequente na vida dos empreendedores, líderes e responsáveis pelo negócio, pelas pessoas que trabalham nele e pelo resultado para o acionista.

Em alguns momentos com mais dúvidas e em outros com mais clareza, o fato é que sempre teremos o incerto, o imponderável, a necessidade de correr riscos.

Se olharmos somente para o calendário de eventos do ano, já temos dúvidas suficientes: Reveillon, Carnaval, Semana Santa, férias escolares, Dia das Mães, dos Pais, das Crianças, Natal. No segmento corporativo, shows e eventos nacionais e internacionais, feiras setoriais e muitos outros. Cada um desses momentos é precedido de uma análise de cenário de muitas variáveis, uma decisão estratégica complexa, um movimento comercial ainda sem 100% de certeza. Que nunca teremos no momento da decisão. É preciso coragem!

Vou falar um pouco mais sobre isso, correndo o risco de tentar ensinar o padre nosso ao vigário. No primeiro trimestre todo mundo ainda está tentando cumprir a promessa de ano novo: “dessa é vez pra valer. Passou copa do mundo e eleições, “agora vai!” 

Dentro da Jornada do Empreendedor metodologia * que criei nos Compulsivos, há um momento em que paramos para decidir. Esta etapa foi batizada de Deep Speed.

* Conheça mais sobre a Jornada, aqui.

Parto do princípio que se usar todos os seus recursos e se esforçar ao máximo, você encontra a informação que precisa para tomar a sua decisão. E se com este esforço, não encontrá-la em uma semana, não a encontrará em um mês ou mais.

A má notícia é que você jamais terá 100% da informação que julga precisar para tomar a sua decisão, seja ela financeira, operacional ou conjuntural.

A boa notícia é que talvez não precise de 100%. Mas precisará de coragem para decidir com o que conseguiu juntar. E não digo que é fácil. Eu mesmo, que desenhei a metodologia, às vezes patino, postergando a decisão. Aquele só mais uns diazinhos… O que pode ser fatal para o negócio.

A verdade é que quando tiver toda informação que julga precisar para tomar a sua decisão, o momento de decidir já terá passado.

Resumindo, Deep Speed consiste em, no curto prazo de uma semana, se aprofundar o máximo que conseguir com as informações que conseguiu coletar com seus recursos.

E por recursos considero seu banco de dados, seu network, dados estatísticos secundários abertos de órgãos públicos, entidades e consultorias, , dados estatísticos primários (se tiver o recurso financeiro para contratar a pesquisa), etc… Junte tudo, consolide, entenda, discuta e decida em uma semana.

Está passando por um momento de decisão e está inseguro? Então mãos à obra: quatro dias para coletar, dois para consolidar e um para decidir.

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Onde começa o seu 2023?

Olá!

Faz um tempinho que não nos falamos.

Dei uma parada para colocar a cabeça em ordem para o que vem pela frente e acabei percebendo que é preciso analisar o conjunto da obra para darmos o próximo passo.

Nova onda (mais leve) de Covid, Guerra (menos intensa) na Ucrânia e eleições (ainda quente), com a posse do novo governo. As coisas ainda estão acontecendo com muita intensidade e pouca reflexão.

Não sei se chegou a ler um artigo onde fiz a provocação do tempo estar embolando os fatos e bagunçando a nossa percepção, como se o ano tivesse 730 dias! Se não leu, convido a depois dar uma passadinha lá e ler. Está neste link.

Pois bem, decidi voltar mais no tempo e “embolar” uma timeline mais longa, para dar suporte e tração à jornada de 2023, buscando gerar sinergia com o que planeja para você e/ou para a sua empresa.

Logo no começo da pandemia, em 2020, segui firme com a minha missão de transformar o país por meio do empreendedorismo e celebramos uma parceria entre os Compulsivos e a BandNews FM para oferecermos diariamente, dicas gratuitas com “compulsivos” das mais diversas áeas, para os empreendedores de pequeno porte passarem pelo turbilhão do isolamento social. Um belo trabalho voluntário de colaboração criado pelos Compulsivos.

Me aproximei mais da ACNUR e oferecemos um programa de mentoria gratuita para mulheres refugiadas empreendedoras.

Palestrei para startupsentidadeseventos, empresas de médio e grande porte sobre a importância de uma atitude e mentalidade empreendedoras para manter a empresa em evolução constante, tolerante ao erro e mentalidade ágil, extremamente necessárias em startups de projetos, mudanças de rumo nos negócios e perpetuação da empresa.

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Lancei junto com o Luiz Felipe Pateo pela DC Editora uma coleção de livros sobre Empreendedorismo para os Ensinos Fundamental 1 e 2 e para o Ensino Médio, que em 2023 se desdobrará numa série de palestras e workshops oferecidos aos professores, alunos, pais e comunidade.

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Publicamos o segundo volume da Série Tenha Cicatrizes, onde convido empreendedores para compartilharem seus erros, seus aprendizados e suas soluções.

Também produzi e gravei um curso de empreendedorismo 50+, dando uma nova perspectiva a uma crescente faixa da nossa população, ainda sem direção nesta vertente. O curso tem previsão de lançamento neste ano.

Expandi meu programa de rádio para o interior do país, disponibilizando no formato sindication o conteúdo para rádios que antes não teriam condições de oferecer o tema de cultura e atitude empreendedora em sua programação. Uma parceria campeã com a Juliana Paiva.

Produzi também com o Luiz Felipe Pateo mais uma temporada do podcast dos Compulsivos, trazendo entrevistados de empresas dos mais diversos portes e momentos e, retomei o meu podcast Tenha Cicatrizes com um minuto diário de provocação e inspiração sobre empreendedorismo e negócios.

Ampliei o meu programa de mentoria para altos executivos e empreendedores e com ele, meu projeto de mentoria pro bono – Operação Gastrite – onde converso semanalmente com um empreendedor, por uma hora, criticando o plano de negócios ou ajudando com a minha visão no entendimento do atual momento da empresa ou de vida.

Na minha atuação à frente do Esprouma instituição filantrópica apaixonante, que há mais de 40 anos capacita e insere jovens no mundo do trabalho, lidero um time incrível que nos levou a ser reconhecidos – no meio da pandemia – como Lugares Incríveis para Trabalhar. Lançamos novos produtos e serviços, trabalhamos fortemente com pesquisa de campo, identificando e entendendo onde a nossa atuação era necessária, colocando foco e impactando causas como pobreza menstrual, insegurança alimentar, refugiados, equilíbrio emocional e, trabalho, emprego e geração de renda, sempre em parceria com grandes empresas e cinco camadas de governança, em atendimento à forte regulamentação do terceiro setor.

Projeto Ryla Espro

Isso me levou a discutir temas como a aprendizagem profissional junto ao governo federal e entidades, refugiados junto a ONU, fomento ao empreendedorismo junto aos fóruns de desenvolvimento, além de ocupar espaços como membro do Comitê de Relações Internacionais do FONIF, do Programa de Inovação (iNO-vc) da ArcelorMittal, do comitê das Corporações do Inovabra Habitat.

Ufa! Olhando sob esta perspectiva acalma meu coração. Errei muito, mas aprendi e acertei também, sempre com a mentalidade e atitude colaborativa, plural, diversa, empática, determinada e divertida.

Com a sensação de dever cumprido e novamente desafiado, parto daqui para mais uma fase de uma jornada que será de aprendizados, cicatrizes e conquistas, que darão suporte à minha atuação no ano que inicia, colocando toda a minha energia, determinação e uma vontade enorme que a minha atuação e evolução pessoal contribua para a sua, a da sua empresa, da nossa sociedade e do nosso país! Desafios não faltam!

E você, onde começa seu 2023?

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O papel do líder na construção de uma equipe poderosa

Neste artigo quero compartilhar com vocês a minha visão do papel do líder.

Pessoalmente não ponho muita fé nos líderes que não se preocupam em desenvolver pessoas.

Diariamente converso com empreendedores, executivos e investidores e percebo um grande desalinhamento de propósito e de expectativas. A empresa não se desenvolve se as pessoas dentro dela não se desenvolverem. O desenvolvimento pessoal de cada um dos liderados é uma receita recorrente de sucesso e perpetuação do negócio. Conhecimento anda de mãos dadas com autonomia e comprometimento.

Tão importante quanto a empresa ter uma causa, é imprescindível o líder ter uma atitude generosa, compartilhando conhecimento ou mesmo incentivando a busca por conhecimentos que nem ele possui.

Olhando de perto, o perfil da pessoa que ensina é muito alinhada com a da pessoa que lidera. Não um chefe. Mas de fato um líder: essa pessoa que lidera pode estar dentro da sala de aula ou em alguma posição executiva.

Pensando como o conhecimento é transmitido e retido ao longo dos tempos, fiz um breve resumo, uma timeline desconstruída,  sem rigor científico ou cronologia exata, apenas para termos um referencial.

No primeiro momento, bem no começo da história, como na Grécia antiga, existia a figura do sábio, um mentor que trabalhava com pequenos grupos, conseguia fazer atendimentos individuais e tinha foco no entender. Talvez a palavra-chave fosse discutir.

Mais para a frente, provavelmente na idade média, surge a figura do mestre. Aqui ele já tem a função de transmitir suas habilidades, como por exemplo de artesão. Ele trabalha ainda com grupos pequenos, mas o foco é no fazer. Eles aprendem fazendo, errando e cada vez melhorando as suas habilidades. Então o foco é no fazer e a palavra-chave aqui é aprender.

Avançando um pouco mais no tempo e chegando no século passado, com a figura do professor entregando pacotes fechados de conteúdo, para grandes grupos de alunos, transmitindo informação. De fato, a palavra transmissão surge como referência, pois ao longo do desenrolar do século cresce o número de alunos e diminui a interação. Então o foco é no saber e a palavra-chave é ensinar.

Olhando para frente pensando de hoje para o futuro, a figura do facilitador é que aflora. Ele trabalha com aprendizagem colaborativa, faz curadoria do conteúdo do seu time, tem muita flexibilidade. São grupos orgânicos e crescem ou diminuem em função do interesse pelos temas ou pelas disciplinas e o foco é na colaboração. A palavra-chave é co-construir.

Podemos perceber claramente que ao longo do tempo, muda a função da pessoa que transmite a informação, que fala sobre o seu conhecimento, que compartilha sua opinião, ou que induz as pessoas ao raciocínio, a criarem suas próprias conclusões. Mas todos eles têm a mesma função de ajudar na evolução pessoal.

Outro ponto muito importante é a atitude do líder. Ele deve inspirar o seu time, desafiando a cada um e oferecendo suporte à sua evolução. Ter um desafio pessoal e coletivo ajuda na criação de vínculos e de uma comunidade de colaboração e segurança.

Mesclar o presencial e o virtual é um bom caminho para a evolução, tendo a tecnologia como o grande pano de fundo das relações pessoais e profissionais, do aprendizado e dos negócios e a pandemia, impositivamente,  provou isto ser possível. Tudo integrado ou embolado, se preferir. O fato é que hoje é possível fazer muito pelo desenvolvimento da sua equipe com baixo investimento financeiro. Mas precisa de colaboração, empenho e generosidade, para que isso ocorra. E sempre em pequenas e contínuas doses.

Trazendo essa reflexão para a sua empresa, em qual desses perfis você se enquadra e o que você tem feito pela sua equipe ou pela sua empresa ultimamente?

Só há uma maneira do seu negócio se desenvolver consistentemente: desenvolva as pessoas ao seu redor! E claro, tenha cicatrizes.

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Chegamos em julho! Bem no meio do ano.

E o que você fez até aqui?

Entregou metade da meta do ano? Teve que ajustar a rota para continuar seguindo em frente? Chegou na metade daquele objetivo pessoal? Passou do limite? Perdeu o ritmo? Está atrasado ou adiantado com as entregas?

Volta e meia paro para refletir sobre este conceito de tempo dividido em anos, meses, dias… É importante termos prazos definidos, indicadores e metas para acompanharmos nossa evolução e desafias nossos limites. Um pouquinho a cada vez.

Por muito tempo, faz tempo, fui atleta de competição e no esporte aprendemos que primeiro precisamos vencer nossos limites, melhorar nossos números, antes de tentar vencer um oponente. Você contra você é sempre a melhor forma de evoluir. E vencer o adversário acontece naturalmente. Mas no esporte, sempre tem que haver um perdedor da partida. Por melhor que você esteja, naquele dia, o melhor, seu e do seu time, podem não ter sido suficientes para vencer. Mas ainda assim é uma evolução e um aprendizado.

Trazendo a metáfora para o mundo do trabalho e do empreendedorismo, precisamos a cada dia buscar mais eficiência, reduzir o custo da produção, desenvolver nossos colaboradores, entender melhor o cliente e adequar produtos e serviços para que não fiquem obsoletos.

Desenvolver continuamente o seu time de colaboradores os tornará mais ativos, mais críticos e mais proativos, colaborando com o desenvolvimento do negócio.

Errar tentando acertar conta ponto. Ajuda a entender os caminhos e a buscar novas soluções. Errar é bem melhor que não tentar. Só não vale repetir o erro. Ele deve ser um aprendizado.

Então, junte seu time, olhe para trás e busquem entender onde podem melhorar o que fizeram nos primeiros seis meses do ano: erros, acertos, aprendizados.

O mercado também mudou, de quando você desenhou seu plano para 2022. E muito! Agora você está bem no meio do ano. Mais próximo do fim e com seis meses de experiência para navegar o próximo semestre. Isso é valioso!

Se faz sentido para você, deixo aqui algumas provocações:

  1. Caso ainda não tenha feito, olhe para fora e ajuste as premissas – a guerra pós pandemia bagunçou ainda mais o cenário econômico e político internacional, impactando em nosso mercado doméstico;
  2. Atenção aos indicadores internos e externos – eles contam muito sobre os rumos do mercado e do seu negócio.
  3. Olhe para dentro e entenda quais projetos podem ser postergados para o próximo ano e quais precisam ser acelerados – com as mudanças no mercado, as prioridades da estratégia podem ter mudando;
  4. Proteja das pessoas. Elas são o que há de mais valioso – mantenha um canal de comunicação aberto com o time. Todos alternam momentos de protagonistas e coadjuvantes. É importante manter o time bem informado, protegido e integrado. Dê sempre a resposta às suas perguntas, mesmo que não seja a que eles gostariam de ouvir.
  5. Entenda onde deve investir no desenvolvimento do seu time. Novas competências passaram a ser necessárias, assim como novas atitudes – senso de urgência, trabalho em equipe e dor de dono passam a ter ainda mais importância;
  6. Reveja processos e infra. Hoje é possível fazer mais com menos, se estiver bem estruturado e treinado – mas o time tem que comprar, senão tudo trava;
  7. E cuide da cultura. Ela é essencial para a sobrevivência de qualquer empresa – seja transparente, objetivo, coerente e consistente. Mudança é lenta e precisa de determinação.

Lembre-se que a gestão de um negócio é composto de diversos pequenos momentos com seu time, acertando, errando, aprendendo, corrigindo, celebrando… E nunca será uma linha reta. São altos e baixos contínuos, que no final do tempo combinado, estará melhor do que no começo. Tenha disciplina e resignação nas descidas, aprenda rapidamente com cada uma delas. E humildade, respeito e energia nas subidas.

Boralá? Tenha cicatrizes. E aprenda com elas!

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Empreendedorismo: do pequeno ao enorme.

Hoje trago uma coletânea de iniciativas empreendedoras, algumas fresquinhas outras revisitadas, conectadas sob a ótica do fundador ou CEO e sua atuação no negócio, de forma positiva ou negativa. Bora?

EMPREENDEDOR PERSEVERANTE

A história não é nova nem inovadora. Mas sempre nos toca pela perseverança e pela virada.

Após perder o emprego na área de vendas, montar e falir uma padaria, trabalhar como motorista de Uber, Marlon Barbosa, decidiu tentar novamente, mas com um diferencial claro, que chamasse a atenção dos clientes: passou a vender brigadeiro na praia, usando camisa social, gravata e avental. Indumentária não tão adequada ao nosso calor tropical, mas perfeita para chamar a atenção.

Fazendo uma análise rápida, este modelo de negócio oferece uma boa experiência de consumo ao cliente, porém tem baixa barreira de entrada – pode ser facilmente copiado – e é difícil de escalar de forma controlada – dificilmente replicado – o que impede a manutenção da uniformidade no processo.

SENSO DE OPORTUNIDADE

A pandemia trouxe grandes desafios e junto, muitas oportunidades. Também, infelizmente, mostrou e agravou o abismo que separa os extremos da nossa população.

Vivendo esta dificuldade na pele, um grupo de empreendedores de Porto Alegre, liderados por um ex-morador de comunidade na Zona Leste de São Paulo, decidiu criar uma startup que completasse as entregas nas chamadas “zonas de risco”.

No mercado, que domina a last mile, ou seja, quem percorre a última parte do trajeto e tem contato direto com o consumidor, tem poder e possibilidade de identificar dores e oportunidades mais rápido que o mercado em geral. E iniciativas como esta já pipocam por diversas cidades do país!

DOR LEVA AO EMPREENDEDORISMO DE CAUSA

Ainda na linha de resolver dores, trago um outro exemplo, desta vez com causa mais explícita: após viver frustrações no mercado em função do preconceito das empresas – e das pessoas – jovem surdo decide abrir sorveteria empregando surdos.

Il Sordo tem 80% dos seus colaboradores surdos, gerando emprego e visibilidade para a causa, além de proporcionar uma experiência reversa aos seus clientes. Eles são os diferentes, ao entrarem no estabelecimento mas, diferente do que ocorre lá fora, são bem acolhidos.

TENTANDO LIMPAR A BARRA E O PLANETA

Ainda amargando o prejuízo financeiro, moral e ambiental da tragédia de Brumadinho, a Vale lança uma iniciativa que busca converter uma volumosa parte dos seus resíduos em matéria-prima para a construção civil.

Anualmente, a Vale gera próximo de 700 milhões de toneladas de resíduos, sendo 550 milhões de areia, o segundo recurso natural mais consumido no mundo, perdendo somente para a água.

A ideia é separar e oferecer a sílica – areia – para as concreteiras e assim reduzir o volume de resíduos lançado nas barragens, podendo até, ser uma boa fonte de recursos para a empresa, que ainda engatinha com a iniciativa. A meta para 2022 é de vender 1 milhão de toneladas, menos de 2% do total produzido anualmente. Ainda engatinhando, mas com potencial.

QUANDO O FUNDADOR AMEAÇA O NEGÓCIO

Com o recente movimento do mega empreendedor Elon Musk comprando o Twitter e as consequentes oscilações do valor da Tesla no mercado, fica evidente o risco das ações do fundador impactarem diretamente na percepção de valor das suas empresas. Para cima ou para baixo. O risco é perder o foco no negócio estável e rentável, colocando dinheiro, energia e atenção – dele e do mercado – em negócios marginais ou, mesmo que grandes, abordados no momento errado.

Me lembrou Adam Newmann, fundador da WeWork – agora só We – empresa que oferece espaços corporativos no formato de coworking, que testou o limite da paciência dos seus investidores, desviando o foco dos negócios mesmo sem a empresa entregar resultado. E ainda sem dar retorno aos acionistas, ambicionava oferecer o mesmo modelo de negócio para moradia e educação, ocupando todos os espaços de convivência dos seus possíveis clientes. Com um modelos de negócio considerado caro pelo mercado, sem dar resultado mas pagando bônus ao seu fundador, a paciência do mercado acabou, culminando com a expulsão do fundador do cargo de CEO. E ainda nem havia a pandemia!