Varejo, datas comemorativas e consumo.

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Já passou a Páscoa e o Dia das Mães, vem aí o Dia dos Pais e logo mais o Dia das Crianças, depois a Black Friday e então o esperado Natal.

Sempre fui fascinado pela comunicação. Desde muito jovem! Saber usar a linguagem e a forma correta para transmitir uma mensagem é uma arte preciosa. Mais ainda quando estendida ao Marketing. Então, a busca por formação e mais conhecimento sobre o assunto foi natural e recorrente na minha vida.

Neste RADAR quero conversar com você sobre datas comemorativas.

Muitos nem percebem, mas a grande maioria das datas que comemoramos hoje, foi criada por alguma empresa, agência, ou segmento do varejo buscando aumentar as vendas. E algumas bem recentemente!

Em junho comemoramos o Dia do Hamburger. Novidade, né? Mas tem a mesma origem do Dia das Mães, dos Pais, dia das Crianças e dos Namorados, entre tantas outras. Podem até coincidir com uma data histórica relevante, mas a sua criação e divulgação intensa vieram da área de marketing, como o Natal. Sim, o Natal! Espera um pouco que já chego nele.

Dia das Mães, por exemplo, é uma das datas mais importantes em volume de vendas para o varejo! Chega a competir com o Natal em vendas!

É interessante perceber como este tipo de iniciativa aquece o mercado e muda padrões de consumo. Afinal, que nasceu com a data já existente, consolidada no calendário, não vai saber que ela não existia há dois, cinco ou dez anos antes. Estranho, né?

O mesmo acontece com países e nem percebemos. Apesar da região estar habitada e ativa há mais de 2.000 anos pelos fenícios, o Líbano, como república, só conseguiu sua independência em 1943. Foi ocupado pela França desde 1923, logo após o fim da primeira guerra. Apesar de uma cultura milenar, o país é bem mais novo que o Brasil. Mas isso é assunto para outro radar. Comentei apenas para ilustrar como é importante entender o contexto, a história.

Voltando às datas comemorativas, a interação das marcas com as datas podem assumir proporções inimagináveis!

Um bom exemplo é o Natal – viu, cheguei nele. Antes da Coca-Cola de “adotar” o bom velhinho e intensificar a comunicação com mensagens sobre a sua história de presentear as crianças no Natal, sua roupa era verde! Sim, Santa Claus era palmeirense rsrs Já havia alguma representação do Papai Noel com roupas vermelhas, o o grande movimento veio da fabricante de refrigerantes intensificou a divulgação dos trajes vermelhos para deixá-lo mais próximo à marca. Um personagem simpático e rechonchudo, vestido de vermelho e com uma pequena garrafa na mão e pronto: aí está o Papai Noel que conhecemos.

Mas você sabia que a compra de presentes em datas comemorativas apesar de aquecer a economia gera um consumo absurdo e desnecessário?

Um estou realizado em 2009, pelo Professor Joel Waldfogel da Universidade da Pensilvânia, identificou que nas festas de fim de ano, que integra o Dia de Ação de Graças (bem mais forte que o Natal nos Estados Unidos) e o Natal, o consumo pode chegar a estratosférica cifra de oitenta e cinco bilhões de dólares! Quase meio trilhão de reais na cotação de hoje.

E, segundo o autor do estudo, este enorme volume de dinheiro foi consumido com presentes inúteis ou supérfluos. Quantas vezes você recebe no Natal um presente que não serve, não gosta ou não precisa. Será que não vale revermos alguns conceitos de consumo?

Este estudo está condensado no livro Scroogenomics, de 2009, escrito pelo Professor Waldfogel. Não encontrei nada mais recente, mas com a explosão de compras online no mundo na última década, mesmo com o desaquecimento da pandemia, este número com certeza hoje é bem maior.

Aproveite as oportunidades das datas comemorativas. Encontre uma ou mais, que possa se apropriar buscando aumentar suas vendas. Mas sempre com responsabilidade.

Pense nisso!

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