Durante muito tempo as guerras também foram usadas como alavancas econômicas.
Historicamente durante as guerras, a economia internacional é afetada, o intercâmbio entre as nações diminui drasticamente e o desenvolvimento de inovação é acelerado. Isso é seguido de uma colaboração entre países aliados e posterior comercialização das invenções.
Da mesma forma que a história das guerras e sempre contada pelos vencedores, esses mesmos vencedores reconstroem as cidades que ajudaram a destruir nos países adversários, aquecendo a economia e retomando o intercâmbio internacional. Explicação simples, mas objetiva.
Isso tudo para lembrar que, apesar de ocupar menos tempo nos noticiários, a guerra segue em frente, com impacto nas pessoas, nas empresas e nos países.
EM MOVIMENTO ENERGIA
A necessidade e a dependência da Europa do petróleo são históricas, gerando esforços para manutenção do fornecimento e estruturando uma rede que permita sua ampliação. Uma das iniciativas é o Nord Stream 2, gasoduto que liga a Rússia a Alemanha e que ainda não entrou em operação, apesar de pronto desde 2021. Entraves políticos e regulatórios atrasaram o início da operação, que agora parece ainda mais distante, que também abastecerá a Áustria, Itália e países da Europa Oriental e Central.
Também a decisão do governo britânico de impor um embargo ao petróleo russo fez o preço do diesel disparar em Londres. A matéria do Valor Econômico detalha a importância da Rússia no fornecimento dos combustíveis que movem a Inglaterra, sendo consumido três vezes mais que a gasolina.
EM MOVIMENTO ALIMENTOS
Na contramão da tendência gerada pela guerra, o mercado de grãos sofrem queda em Chicago com as notícias da negociação da Ucrânia com a Rússia para liberar o transporte dos grãos retidos nos portos do país. É um movimento que alivia a pressão que gerou a alta dessas mesmas comodities nos meses que seguiram ao início da guerra. Nada ainda definitivo, mas um ótimo estímulo ao mercado especulativo.
Na parte de baixo do globo terrestre, outra commodity mostra seu poder, quando atrelado a uma marca. A fabricante suíça Barry Callebaout inaugura seu terceiro centro de exportação de cacau, desta vez no Equador, terceiro maior produtor mundial da fruta, com 375 mil toneladas anuais.
EM MOVIMENTO MARCAS
Seguindo ao movimento de abandonar suas operações na Rússia, ….
Após 30 anos, 800 lojas e 62 mil colaboradores, o Mc Donald’s também sairá da Rússia em resposta a invasão na Ucrânia. Em março havia fechado temporariamente todas as lojas, mas diferente da Netflix, que suspendeu os acessos, a rede norte-americana vai vender a operação a um investidor local e manter a posse da marca.
A francesa Renault protagonizou a primeira movimentação emblemática na infraestrutura russa, vendendo o total da sua participação na AvtoVAZ para o NAMI, estatal de pesquisa, além de ceder à cidade de Moscou as instalações operação da Renault Rússia.
E pra fechar com chave de ouro, o Google pedirá falência na Rússia! Isso mesmo.
Após ter seus bens bloqueados pelo governo russo, o que impede a sua operação local, a gigante de tecnologia formalizou sua intenção junto às autoridades locais.
Se isso afeta gigantes globais, imagine o duro reflexo disso na vida dos ucranianos e russos?
Aguardem cenas dos próximos capítulos.