Em outubro de 2021, em parceria com a Unesco e com o Nexo Jornal, o Consulado da França em São Paulo promoveu uma conferência virtual com o professor e historiador da Universidade de Bourgogne Laurent-Henri Vignaud, que versou, com base em sua pesquisa, sobre o movimento antivacina mundial.
Em seu livro, “Antivax: Resistência às vacinas, do século 18 aos Nossos Dias”, Vignaud traz uma reflexão sobre os dados da sua pesquisa e conclui que a resistência à vacinação é um fato antigo e recorrente, com adeptos tanto da esquerda quanto da direita – sempre nas extremidades desses setores. Também informa que não está ligado à falta de acesso à informação ou à educação, mas sim ao excesso de informação e à dificuldade de saber em que acreditar.
Diz ainda que os argumentos e os perfis são muito diversos, passando por questionamento sobre a qualidade das vacinas até por motivos religiosos ou alternativos e naturalistas.
Recomendo a leitura da entrevista completa concedida pelo historiador ao Nexo (neste link) que tem total convergência com minhas crenças:
a ciência deve ser respeitada e a informação, sem habilidade de digeri-la ou criticá-la, é também uma crescente pandemia.
Outro ponto importante é o direito à liberdade. Agora em janeiro, o mundo assistiu perplexo a um ídolo mundial e monstro das quadras, o tenista Novak Djokovic, ser deportado e perder o direito de participar do Aberto da Austrália.
Sou fã dele dentro das quadras. E continuarei sendo. Mas ele perdeu pontos – comigo e com muitos fãs –, além de ter deixado passar uma grande oportunidade de dar um exemplo valioso para o mundo. Se envolveu num enredo de documentos incompletos, declarações desencontradas e o entendimento que teria direitos diferentes das outras pessoas. Idas e vindas, declarações e audiências, processos e mandatos foram as armas de uma batalha desnecessária.
E a França já informou que, sem vacina, ele não poderá entrar no país nem participar do emblemático campeonato de Roland Garros.
Compartilho matéria do UOL com a visão do Andrei Kampf, com uma rápida, mas objetiva análise do caso Djokovic, em que, entre outras coisas, afirma que “O direito à liberdade – por mais inegociável que seja – tem limites porque é universal, ou seja, de todos! Todos têm o mesmo direito e daí surgem as limitações estabelecidas pelo poder para garantir ou limitar essas liberdades.”
No fim das contas, ficamos com a reflexão mais simples e objetiva:
para viver em comunidade, em sociedade – seja uma família, uma empresa, um condomínio, um bairro, uma cidade, um país ou mesmo o mundo – é preciso bom senso, empatia, tolerância, educação e coerência, atributos cada dia mais escassos em nosso planeta.